quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Intacta



Sinto-me presa, dentro de uma ampulheta, perdida nas areias, desertos perpétuos do tempo, o único que se move, e não morre. Mestre implacável que nos enruga , nos castiga, nos cura e nos ensina, consegue trazer morte á tudo quem vida, menos à arte, a esta, o tempo não se atreve, o mestre, se rende à metamorfose de Narcizo, amante do surrealismo, salvador.
Não se assusta com a fase da guerra, nem se desespera diante d’el espectro Del sex appeal e vê sua glória retratada na persistência da memória .
Tempo, velho que não chora e que nos olha, que nos roga, que nos curva, que nos leva as areias dos desertos, imensos, imersos que parece não ter fim, a prova de que milhares de ampulhetas se desfizeram , sem poder suportar o infinito, e mares de areia foram surgindo, neste, onde a vida é apenas uma miragem , e a única a que o tempo não se atreve tocar , é à arte! Esta permanece casta, intacta, eterna uma vez que o tempo não se atreve à ela.

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